Pensar no emagrecimento como sinônimo de sacrifício e na abdicação do prazer que você precisa fazer para alcançar um bem maior, o corpo dos sonhos, é um grande problema para a manutenção da saúde.
Por aqui sinceramente não gostamos dessa visão, porque ela causa uma série de pensamento e comportamentos altamente maléficos à saúde física e mental.
Em oposição ao isto, acreditar que fazendo um trabalho de mudança de comportamento você não pode desejar emagrecer (que nada mais é que perder gordura corporal e não necessariamente perder peso) é um grande erro. Pensar em emagrecimento não é proibido, da mesma forma que NÃO recriminamos
o ato de se pesar. A questão principal a ser pensada é: isso ajuda ou piora a sua relação com seu corpo e a maneira como você come?
Vamos pensar nos principais erros que as pessoas cometem ao pensar no emagrecimento?
1. Acreditar que perder peso vai transformar a sua vida, te livrando de todas as dores
Ainda que você emagreça seus problemas e suas dores permanecerão aí com você. Um corpo menor não será capaz de resolver tudo. Pode ser que você perceba até que focar demais no corpo dos sonhos era uma excelente maneira de você não ter que lidar com problemas mais profundos da sua existência. A preocupação com o corpo é uma “excelente distração” quando não conseguimos lidar com dores mais difíceis.
2. Pensar no curto prazo.
A perda de gordura corporal é uma das estratégias mais difíceis para o nosso corpo quando pensamos na nossa fisiologia. Nosso corpo foi, ao longo de milênios se adaptando a armazenar gordura como estoque de energia. Todas as vezes que você forçar a perda de peso (esse estoque protetor à sobrevivência) seu corpo vai interpretar isso como uma ameaça. E vai disparar uma série de mecanismos para que você recupere o estoque. Então, a melhor maneira de você driblar isso é perdendo pouco peso no longo prazo. Se você quer emagrecer de verdade e manter isso, pense que você mais precisar investir anos nesse objetivo. Com respeito, amorosidade, e de forma sustentável. Sem radicalismo!
3. Fazer qualquer loucura, a qualquer preço
Passar fome, fazer jejum, aplicar hormônios, fazer exercício físico até a exaustão, excluir alimentos ou grupos de alimentos, mesmo que tragam o resultado (me recuso a chamar isso de benefício!) imediato, não se sustentam no longo prazo. Ainda que você consiga manter a restrição, seu corpo acaba se adaptando a ela e as mudanças inicialmente observadas deixam de aparecer (nosso corpo é uma máquina de adaptação incrível, mesmo ao sofrimento). E você ainda pode ter como possíveis efeitos colaterais dessas estratégias alterações comportamentais como a compulsão alimentar, obsessão por alimentos, mal humor e estresse, alterações na regulação dos sinais de fome e saciedade e desconexão com seu corpo. Ou seja, o sacrifício aqui REALMENTE não vale a pena. Vá com calma e divirta-se no processo.
5. Ser simplista achando que é só uma questão de balanço energético
A ciência do comportamento humano e a da fisiologia já evoluiu o suficiente para entendermos que não basta apenas comer menos e gastar mais energia para emagrecer. Fatores como a qualidade do sono, níveis de estresse, padrão de alimentação (se você se alimenta de mais alimentos in natura ou mais ultraprocessados), histórico de dietas prévias, uso de inibidores de apetite, saúde mental, genética, influências culturais e familiares…. enfim, uma série de variáveis se relacionam ao peso. Não seja simplista e ponha a culpa nos alimentos. Nem precisa se matar na academia até se lesionar. Cuide de você como um todo!
6. Acreditar que se você não consegue é porque não foi forte o suficiente
Já dissemos aqui perder gordura é uma das coisas mais difíceis que o nosso corpo pode fazer e que muitos fatores interferem nessa perda. Se alguém disse alguma vez que a culpa de você falhar no emagrecimento era da sua falta de força de vontade e disciplina, essa pessoa não fazia a menor ideia do que estava falando. Olhe para você! Veja quantas coisas incríveis você já fez na vida. Isso não faz o menor sentido.
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